Estou de volta. Viva. Inteira.
Novamente sentada na confortável sala da minha casa na Austrália, ouvindo o poscast do JVnaEstrada.
De volta à Mualla House, com minha caneca de café e meu pijama quentinho.
Agora é inverno, mas dentro de mim, ainda pega fogo.
Os últimos dois meses foram realmente especiais.
Esse foi o meu primeiro contato com missões e fica difícil de imaginar se poderia ser melhor.
Vou tentar resumir tudo nesse post, e deixo as histórias para os próximos.
Depois de 3 meses conhecendo mais o Papai, chegou a hora de torná-lo conhecido.
Deixamos a maravilhosa terra dos cangurus, e seguimos em direção à Papua Nova Guine (PNG).
Quase quatro horas depois, chegamos em Port Moresby, capital de PNG. A primeira sensação: cheiro. O ar tem um cheiro diferente, muito forte. Seguido de um calor que aquece até a alma.
Passamos três dias lá, fizemos apenas um culto na igreja que estávamos hospedados, e já estávamos prontos para seguir para as vilas, ou aldeias.
Arrumamos nossas mochilas e esperamos pelo nosso meio de transporte, que para a nossa surpresa, eram três picapes. Haha.
Estávamos em oito na caçamba de uma picape, e a previsão era de cinco horas.
Durante as primeiras horas, estávamos completamente felizes. Não poderia ser mais divertido. Mas as coisas complicaram quando começou a chover.
E não choveu pouco. Choveu por mais de seis horas, e a viagem que estava prevista para cinco horas, tornou-se em um drama de 12 horas. Isso mesmo, doze horas apertados na caçamba de uma picape, debaixo de chuva.
O problema maior era a “estrada”. Por causa da chuva, nossa picape não conseguia subir as montanhas, então tivemos que descer e escalar a montanha a pé pelo menos umas três vezes. Nada tirou nossa animação. Todos tremendo e soluçando de frio, encontramos calor no aconchego da união e cantamos o tempo todo. Finalmente chegamos em Wiga.
Me recusei a ir dormir do jeito que estava e ainda arrisquei um banho, às duas da manhã. “Banho”. Caneca e água fria. A maior dificuldade foi lavar o cabelo (desenvolvi essa habilidade com as próximas semanas).
A semana em Wiga foi simplesmente maravilhosa. Nosso primeiro contato com gente que nunca viu “White People”. Ficamos instalados na casa do Pastor, mas todos os dias caminhávamos para vilas “próximas”.
Dica: Existe o “tempo” e “distância” normais e o “tempo” e a “distância” de PNG. 1 hora = pelo menos meio dia de caminhada. Ali na esquina = meia volta ao mundo.
Foi bem difícil de se adaptar ao cheiro, banheiro, comida. Mas a coisa mais difícil foi a falta de privacidade. Nossa casa não tinha paredes, e o povo da vila se reunia para nos observar. O dia inteiro.
Para tomar conta de nós, Stony, todo quieto e silencioso, mas com um sorriso tão doce que nos alegrava sem nem entendermos o porquê.
Depois de uma semana, arrumamos nossas coisas e partimos.
Deixei para trás uma parte da minha família. Uma parte do meu coração. Uma parte de mim. Em uma semana aprendi a amar de uma forma que eu nunca achei que seria capaz.
Um povo maravilhoso. Gente que não tem nada, mas ao mesmo tempo tem tudo!
Eles fazem questão de nos servir em tudo, e nos dar o que têm de melhor.
Morro de rir de lembrar todas as minhas lutas com a mulher do pastor querendo lavar as minhas roupas, as meninas querendo carregar a minha mochila, famílias me dando a comida que eles não tinham para comer.
A picape chegou, e eu entrei vazia. Em lágrimas. Deixando para trás irmãos e irmãs que nunca esquecerei.
Seguimos em direção à Bocu, que é um complexo que aproximadamente dez vilas. Ficamos na vila do pai do Stony, que faleceu há poucos anos atrás.
Foi bem complicado. Dentro de mim, o sentimento de “eu nunca vou encontrar pessoas como as que conheci em Wiga”. Estava de má vontade. Comparando tudo e todos. Típico julgamento ridículo a que estamos acostumados.
Por causa das minhas barreiras, demorou alguns dias para que eu pudesse enxergar a beleza dos meus novos irmãos.
Acabei me apaixonando de novo. Dessa vez, nos apegamos aos “bad boys” da vila. Os meninos que todos querem ficar longe. Mas a transformação que vimos neles, me fez entender mais sobre Jesus. Lembra que Ele costumava andar com os “piores” estereótipos? Foi exatamente o que aconteceu conosco.
Uma das histórias mais lindas do Outreach inteiro aconteceu com um dos meninos. Um dos nossos ministérios era visitar todas as casas das vilas e conversar e orar pelas famílias. Eu e Nate, acompanhados pelo Stony, fomos até a casa do Floyd. Fomos bem recebidos e convidados para entrar. Depois de contar um pouquinho sobre as nossas vidas, perguntamos se ele tinha alguma pergunta.
- Na verdade eu tenho. Em Lucas, capítulo 15, Jesus conta a história do filho perdido. Vocês poderiam me explicar melhor?
Eu sugeri que lêssemos juntos e depois eu e o Nate explicaríamos o que aquilo significava para a gente. E foi o que aconteceu. Depois de darmos o nosso ponto de vista, Floyd, com os olhos marejados, nos surpreende:
- Eu acho que eu sou esse filho perdido. Eu costumo beber, usar drogas e até minto para minha esposa. O que eu posso fazer para Deus me aceitar de volta?
- Infelizmente não há nada que você possa fazer. Felizmente, alguém pagou o preço por você. Jesus reconstruiu a ponte que estava quebrada. E o Pai não só te espera de braços abertos, mas corre em sua direção, te beija e prepara uma festa pela sua volta. Não existe “tarde demais”. Não importa tudo o que você fez, o amor Dele é suficiente para cobrir tudo isso.
Meu coração não se continha de tanta alegria. Oramos juntos.
Vidas transformadas. Eu lembro até agora da feição do Nate. O rosto dele brilhava e o sorriso ficou estampado pelo resto do dia. Acredito que eu estava do mesmo jeito.
A semana chegou ao fim. E, de novo, meu coração se quebraria em pedaços. A tristeza de dizer adeus àqueles que não sei se ainda encontrarei nessa terra.
O consolo é passar a eternidade relembrando essas historias com eles.
Na última noite, uma festa de despedida preparada para nós. Teatros, canções, danças. Um dos teatros terminou num dos meninos de toalha quase sentando no nosso colo. Nunca imaginei que estaria perdida no meio do nada em algum canto de PNG assistindo striptease de graça. Hahaha foi engraçado demais.
Eles terminaram tudo o que tinham preparado, mas a festa estava só começando. Ipods + Speaker + um lampião = Balada. Hahaha
Foi lindo de ver gente de tudo quanto era idade dançando de Michael Jackson à Lady Gaga por mais de quatro horas! Hahaha.
Na manhã seguinte, mais um adeus.
Mas trouxemos conosco Stony, Gamy e Eric. O que facilitou demais a despedida.
Continuo a viagem no próximo post.
Preciso acordar cedo amanhã e já está bem tarde.
Amo vocês, e espero que eu seja capaz de compartilhar um pouquinho de tudo o que aconteceu.
Obrigada por terem orado por mim, eu não conseguiria sem vocês.
Um beijo, queridos leitores.
Renata!
ResponderExcluirMuito legal saber que as coisas estão indo bem assim! Acredito que deva ser muito gratificante, mesmo. Dá até vontade de ir também... uhauhhau
Aproveita aí, mas ve se volta para contar as histórias, hein! hauhauha
Bjs!
Quero saber maissss!! Haha que legal sis! To feliz por vc, por toda essa experiência! Estamos juntas :) te amo muito
ResponderExcluirReee!
ResponderExcluirÉ ótimo ler notícias suas de como foram esses últimos meses. É emocionante compartilhar, mesmo que de longe, esses momentos com você e saber que Deus tem feito diferença na sua vida e através dela.
É uma história linda essa, e fico esperando pelas próximas. E pela sua volta pra você contá-la algumas pessoalmente!
Que Deus te abençoe aí!
Beijos
Saudades
Rê! Que saudade! Muito bom ler isso tudo. Melhor ainda é sentir vontade de estar fazendo o mesmo que você! Deus com certeza está muito feliz por tudo o que vocês têm feito. Que Deus te abençoe e renove suas forças.
ResponderExcluirBeijos!
Nossa Renata, até chorei!
ResponderExcluirQue linda a experiência que você teve aí.
Glória DEUS!
Você fez e tá fazendo falta no JV!
Quando voltar, passa no Latifúndio para nos contar mais.
Fica com DEUS!
Beijinhos
que saudade de ler seus posts!
ResponderExcluirque lindo tudo isso, juro!
to muito feliz por vc e sempre com vc!
te amo muito
beijos gorda
Rezinhaaaaa....
ResponderExcluirÉ emocionante ver Deus usando a nossa geração. Fico muito feliz por Ele ter usado você, e por poder compartilhar; mesmo que de longe, essas experiencias contigo. Creio que Ele ainda tem muito pra fazer através da sua vida. Seja LUZ... continue brilhando.
E... quando voltar...não sei se estarei no latifúndio mais... mas...janeiro to no jv!
Te amo menina... e oro pra que o Senhor te use cada dia mais.
BRILHE... Mt 5:16
Minha filhaaaaaaaaaa...
ResponderExcluirQ orgulho de vc cara!!!
Quero saber mais de como foi,oq aconteceu e tudo mais.Nossa como é bom ver vc crescendo de tal forma Re.Fico muito feliz e tranquila pois Deus está usando da melhor forma pessoas como vc.Meu vc fez muita falta no JV viu.
Bom vou esperar o proximo post e mais novidades.
Bju minha linda...morro de saudades...Te amo...Mami
Pipoca,
ResponderExcluirLouvado seja Deus pela sua vida e por tudo o que tá acontecendo nela e através dela.
Acabei de voltar da temporada e tudo o que fazíamos lembrava você. Mas aí, a gente percebia que você não estava lá porque seria o lugar errado, você tinha mesmo que estar aí.
Estamos com muita saudade, mas tô orando pra que você tenha um tempo bom e volte com muitas novidades pra nós. Fique bem, te amo.
to com tanta saudades!
ResponderExcluirParabens pelo testemunho!! realmente são experiências pra vida toda!! Cada post seu percebemos o quantos Deus te trabalhado na sua vida!! as palavras vão sendo esculpidas e não mais digitadas.
ResponderExcluirEstamos orando por você!! aguardando mais posts...hauahu
bjos!!